Sobre o Blog
- A Cara da Comunicação
- Blog feito por alunos de Comunicação Social da Universidade Federal de Campina Grande com o objetivo de debater sobre Educomunicação e mostrar o dia a dia de universitários brasileiros com todo o humor e discontração possível.
As Caras da Comunicação
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Educomunicação pode ser Política Pública em 10 anos
Ciranda – Qual o panorama do uso da educomunicação hoje no Brasil?
Prof. Ismar de Oliveira Soares – O conceito, desconhecido no ano 2000, passa a ter uma lei em 2005 em São Paulo. Entre 2005 e 2006 passa a representar um programa do Ministério do Meio Ambiente, em 2009 integra o Programa Mais Educação, do MEC, e hoje mais de 3.200 escolas do Brasil já desenvolvem trabalhos na linha de educomunicação. Então vamos percebendo que é uma aspiral crescente, que vai ampliando a presença em nível nacional. Isso não significa dizer que as instituições, pessoas, professores e especialistas têm o mesmo entendimento do que seja a educomunicação. Pelas práticas, leituras, debates os grupos dão uma interpretação específica da sua realidade ao conceito. Isso não cria um problema, pelo contrário, possibilita uma reflexão que vai se aprofundando em torno dessa prática. No entanto, o problema da relação entre educação e comunicação, ou educação e tecnologias, não está resolvido. Nós estamos nesse momento numa grande plataforma de lançamento do conceito e também de aprofundar as pesquisas a partir das práticas já existentes. Em 10 anos poderemos ter políticas públicas relacionada à educomunicação em todos os municípios brasileiros.
Ciranda – Em alguns textos o senhor aborda a reforma do Ensino Médio. Como a educomunicação pode contribuir nesse processo?
Prof. Ismar – Estamos entendendo que o Ensino Médio é o grande momento de facilitar aquilo que nos parâmetros curriculares se chama da área da expressão, das linguagens e suas tecnologias. Existe uma área específica do Ensino Médio que está muito restrita à Língua Portuguesa, mas que poderia ser um grande espaço de formação para esse estudante. Se olharmos o Ensino Médio existe um problema latente: falta de motivação dos alunos. 40% dos alunos que ingressam no Ensino Médio abandonam. E por outro lado apenas 13% tem alguma expectativa de usar bem os conteúdos para ingressar no Ensino Superior, e nós temos aí uma quantidade muito grande que se aproxima dos 40% de estudantes que, permanecendo no Ensino Médio, não sabem o que fazer com os conteúdos adquiridos. Neste caso, a educomunicação viria como um sopro de vida, permitindo primeiramente que o sistema de ensino olhasse para esse jovem a partir da realidade em que ele vive. O segundo fator é que a educomunicação trabalha com um elemento fundamental na sociedade contemporânea que é a auto-estima das pessoas e a possibilidade de elas adquirirem habilidade de expressão.
Ciranda – O I Fórum Paranaense de Educomunicação propõe a metodologia como ferramenta para se refletir e interferir em questões sociais, como enfrentamento à exploração sexual contra crianças e adolescentes. Como você avalia a educomunicação como forma de incidência e participação social?
Prof. Ismar – A educomunicação que a Ciranda e outras organizações estão desenvolvendo, ao ser coerente com o princípio educomunicativo que privilegia os saberes que a juventude adquire nas suas experiências somadas aos saberes que o mundo adulto já vem adquirindo, é possível fazer com que a juventude tome consciência de si própria, dos seus direitos, e possa se unir em torno de grandes objetivos que ela venha a construir. A educomunicação entra nessa perspectiva como facilitadora de tratamento de conteúdos de interesse do adolescente a partir de uma metodologia participativa e midiática.
Ciranda – A educomunicação já se consolidou como um campo profissional promissor?
Prof. Ismar – A possibilidade profissional é sempre decorrente de carências da mão-de-obra especializada em determinados setores. Diríamos tratar-se de uma plataforma em desenvolvimento. Na área pública a prefeitura de São Paulo acaba de contratar 20 educomunicadores para trabalhar com seus professores. Nesse momento está sendo discutida com a Associação Brasileira de Relações Públicas uma plataforma para trabalhar a educomunicação nos espaços corporativos. E isso a partir de um conceito chamado Economia da Criatividade. Hoje já se tem como certo que mais de 10% do PIB é gerado no Brasil a partir de iniciativas da chamada Economia da Criatividade. E educomunicação tem sido apontada em pesquisas recentes da própria USP como um dos campos em que isso é gerado. Então, no espaço do ensino, o conceito de educomunicação já existe e vai ampliar suas possibilidades de práticas profissionais, mas também vamos encontrar isso em outros âmbitos, como o Terceiro Setor.
Ciranda – Sabemos que várias instituições vêm lutando para que a educomunicação se consolide como política pública. Como o senhor vê isso?
Prof. Ismar – Uma política pública emerge de uma demanda entre as necessidades e possibilidades que se tem de atender a essas necessidades. Nesse sentido vemos que a criação de cursos, como a licenciatura na USP, ou como bacharelado em Campina Grande-PB e até possivelmente um curso à distância que a Universidade de Santa Catarina fará, permitirá que as políticas públicas encontrem uma relação adequada entre as necessidades e formas de atendê-las. Somente quando tivermos um equilíbrio entre esses pontos é que as políticas públicas ganharão força. Portanto, faz-se necessário que as universidades avancem, o que deve acontecer de forma coerente. Existe receio de que o conceito seja usado de uma forma inadequada, confundir a educomunicação como tecnologia educativa, por exemplo. É preciso caminhar com segurança, porém acreditamos que isso é possível através da vigilância da sociedade sobre o conceito, como o faz a Rede CEP.